O CRIME DE TRAIÇÃO À PÁTRIA:

O CRIME DE TRAIÇÃO À PÁTRIA:

O Art.º-141.º Do Código Penal é simples e claro: "Será condenado na pena de prisão maior de vinte a vinte e quatro anos, todo o português que: 1.º intentar, por qualquer meio violento ou fraudulento ou com auxílio estrangeiro, separar da mãe-Pátria ou entregar a país estrangeiro todo ou parte do território português, ou por qualquer desses meios ofender ou puser em perigo a independência do País. 2.º Tomar armas, debaixo das bandeiras de uma nação estrangeira, contra a Pátria". Simples e claro como o juízo do nosso povo, quanto à forma como a Pátria foi mutilada.

¡ O FUZILAMENTO DOS GUERREIROS!

HOMENAGEM AOS COMANDOS AFRICANOS DO EXÉRCITO PORTUGUÊS FUZILADOS CLANDESTINAMENTE NA GUINÉ: 

Os massacres em Bissorã -
por Testemunho do ex-comando Francisco Amadeu Baldé -10/06/2006.
E Testemunho do ex-comando Julde Jaquite Semedo (Júlio) -30/6/2007.
                                                   Regina Mansata Djaló




Regina Mansata Djaló, in “O Fuzilamento dos Guerreiros":

(…) O meu marido era o Alferes graduado "Comando" Demba Cham Seca. (…). À terceira vez foi novamente detido, no dia 21 de Março de 1975, pelas duas horas da tarde. Quando, à noite, fui levar-lhe comida à esquadra de polícia de Bafatá, disseram que ele já não precisava dos alimentos. Soube, depois, que, nessa noite foi mandado para Babandica, onde foi fuzilado juntamente com outros. Os Tenentes Armando Carolino Barbosa e o Tomás Camará foram dois deles. (…) Na certidão de óbito, conseguida apenas em 2000, consta:

“Faleceu de fuzilamento, por ter servido com entusiasmo o Exército Português”.

O massacre de ex-comandos africanos, de ex-soldados, de ex-milícias, e até de civis, que tinham pertencido ou apoiado o exército português, foi realizado após a entrega do poder ao PAIGC em 1974, esta acção colocou uma mancha na história da Guiné, e criou um precedente de impunidade, que se virou contra os próprios dirigentes do PAIGC, face a um clima de intrigas e conspirações que se criou.

Não se sabe ao certo quantos morreram, mas foram vários milhares, incluindo mulheres e crianças enterrados em valas comuns.

"Em seis anos de independência total da nossa terra, 500 pessoas foram fuziladas, sem julgamento e enterradas em valas comuns nas matas de Cumerá, Portogole e Mansabá.

Foram massacradas pelo regime de Luis Cabral.

O regime de Luiz Cabral violou flagrantemente as normas dos Direitos Humanos, e nenhum comando africano, nenhum dissidente foi levado a tribunal. Foram executados barbaramente no meio das florestas, contra os mais elementares princípios de justiça.

O crime pelos massacres é assim imputado a Luiz Cabral, e a sua execução aos Serviços de Segurança dirigidos por Buscardini. É do conhecimento geral que os fuzilamentos foram realizados por soldados, e nunca por elementos ligados à segurança.

A aspiração dos soldados africanos da CCaç. 13 era apenas a de terem uma vida melhor, e o empenho de alguns deles para se desenvolverem era extraordinário.

Apesar de apenas falarem balanta e algumas palavras de crioulo, dedicavam-se afincadamente ao auto-estudo, pegando em livros de leitura que decoravam, numa tentativa de aprender português.

Houve quem fugisse para o Senegal, para salvar a vida, mas mesmo assim continuaram a ser perseguidos, e foram muitas as dificuldades por que passaram, alguns acabariam por morrer por lá".


São apenas um exemplo de homens simples, que lutaram leal e dignamente, na procura de um futuro melhor, acreditando que estariam ao lado de Portugal.




Rogéria Gillemans