O CRIME DE TRAIÇÃO À PÁTRIA:

O CRIME DE TRAIÇÃO À PÁTRIA:

O Art.º-141.º Do Código Penal é simples e claro: "Será condenado na pena de prisão maior de vinte a vinte e quatro anos, todo o português que: 1.º intentar, por qualquer meio violento ou fraudulento ou com auxílio estrangeiro, separar da mãe-Pátria ou entregar a país estrangeiro todo ou parte do território português, ou por qualquer desses meios ofender ou puser em perigo a independência do País. 2.º Tomar armas, debaixo das bandeiras de uma nação estrangeira, contra a Pátria". Simples e claro como o juízo do nosso povo, quanto à forma como a Pátria foi mutilada.

! UM PORTUGUÊS DE LEI !

PROF. DR. JOSÉ PINHEIRO DA SILVA. 

 Prof. Dr. José Pinheiro da Silva, antigo secretário da Educação em Angola, conhecia Angola, e especialmente Cabinda, como a palma da sua mão. Nasceu em 1924 na fronteira com a actual República Democrática do Congo. A sua mãe era natural de Cabinda e o pai da Serra da Estrela. Então, a maioria dos habitantes do Baixo Congo eram portugueses, A morte da mãe levou-o a fixar-se na capital de Cabinda com o progenitor. A sua instrução no liceu e depois na universidade repartiu-a entre Luanda e Coimbra, onde se formou em Ciências Históricas e Filosóficas. Por altura de meados do século XX, o território de Cabinda estava, ainda, a salvo de conflitos. «As relações entre africanos e europeus eram óptimas, especialmente com os portugueses», recorda Pinheiro da Silva. No século XV, os marinheiros portugueses chegaram a baptizar Cabinda como a «terra de gente acolhedora».


TEXTO DO PROF. DR. JOSÉ PINHEIRO DA SILVA;
Todas as culturas e civilizações de alta nobreza, ocidentais ou orientais, têm como caracteristica comum a aptidão da expansão. Nenhuma é estatica. As civilizações mongol, chinesa, helénica, latina, pré-colombianas (aztecas, maias, incas, etc.) tiveram o condão de se expandirem por vastos territórios, assimilando os povos que encontraram onde quer que estanciassem. Como se sabe, somos dignos herdeiros da romanização - vasto e profundo movimento de colonização, que permitiu o surgimento do pujante Império Romano, de que a Iberia era uma das suas mais fecundas parcelas. As crenças religiosas, a língua, os usos e costumes, a miscigenação étnica, etc. são factores indispensáveis de assimilação e integração, filhos diletos da colonização.

De outra parte, só os povos de muito valor moral conseguiram, ao longo dos séculos, criar culturas e civilizações de relevância indubitável. A Europa é a bendita mãe dos melhores: Portugueses, Espanhois, Ingleses, Franceses, Holandeses. Da sua acção colonizadora - que o mesmo é dizer civilizadora -, nasceram todas as actuais nações americanas, continentais e insulares, as pseudo-nações africanas a Sul do Sara, a Austrália, a Nova Zelândia, etc. Os europeus devem ter justo orgulho dessa actuação sem rival na História da Humanidade.
Só por ignorância ou má-fé se pode asseverar que a colonização é maléfica ou pecaminosa.
A colonização exige a promoção de povos de nível cultural e civilizacional inferior... Impõe ao colonizador deveres inalienáveis, de todos conhecidos, nos domínios da educação, da saúde, do desenvolvimento material dos territórios...

Pensando bem, embora a assimilação seja património da Humanidade, aos portugueses cabe a inefável glória de Ihe ter atribuído a distinção de princípio orientador de toda a sua grandiosa e inigualável acção ultramarina, de que a lusofonia, de que tanto falam os desavergonhados estrangeirados da actualidade, é apenas uma das suas magníficas consequências.
Entre nós, com efeito, a colonização, mercê da assimilação, enriqueceu sobremaneira o escol nacional com personalidades de valor indesmentível, tais como Dinis Fernandes de Melo, dilecto companheiro de Afonso de Albuquerque nas lides da Índia, Pe. António Vieira, orador sacro e prosador sem rival, o Marquês de Pombal, estadista insigne, o Aleijadinho, quiçá o melhor escultor luso; Gonçalves Crespo, Almada Negreiros, o Dr. Sousa Mastins, etc., etc... Grandes nomes nas letras, artes e ciências.

Note-se que houve ultramarinos de cor que mereceram ser elevados à alta categoria de Cavaleiros de Cristo: André Álvares de Almada, excelso guerreiro cabo-verdiano, Henrique Dias, herói da restauração de Pernambuco, por exemplo. A Luís Lopes de Sequeira, luso-angolano devemos a ocupação de boa parte do território a que demos o nome de Angola e que, nos idos da segunda metade do século XX era um dos mais desenvolvidos territórios da África subsariana... Honório Barreto, nativo guineense, foi um dos melhores governadores ultramarinos e português de lei.

É de notar que Angola cedo adquiriu um alto grau de assimilação do pensar e sentir dos melhores lusitanos do Reino o que, já se vê, denunciava o seu portuguesismo. Refira-se o facto de, nos alvores da independência do Brasil, Angola, pela voz da edilidade de Luanda, em que predominavam homens de cor, ter optado por Portugal, repudiando veementemente o con-vite brasileiro para que se juntasse ao Brasil... Angola, como se vê, preferiu continuar portuguesa...
o Dr. Antero Simões, professor liceal, escritor de reconhecido mérito, publicou oportunamente em Angola, quando ali era Portugal, uma antologia intitulada "Nós... somos todos Nós" - prova insofismável de que portugueses autênticos eram de várias etnias e naturais tanto da metrópole como do Ultramar... Vale a pena lê-Ia e meditá-Ia.

Na Ásia há núcleos de descendentes de portugueses que muito se orgulham dessa qualidade e usam o "papiá cristão" - um linguajar de raiz portuguesa.
Em Malaca dança-se e canta-se o vira ... Em vastas áreas dos bacongos, "brancos" são os portugueses, sendo os demais europeus apenas franceses, ingleses, belgas, etc., etc...
Nativos angolanos e cabindas apresentavam-se como portugueses em muitas regiões subsarianas. De resto, nos séculos dezoito e dezanove, muitos comerciantes sertanejos, os famosos "funantes" ou "pombeiros" - verdadeiros difusores da portugalidade - eram nativos retintos e euro-africanos, designados geralmente "brancos", talo seu grau de integração nos usos e costumes portugueses...

De resto, sabemos que os nossos reis consideravam portugueses todos quantos obedeciam às suas leis e se colocavam sob a soberania lusitana. Por outro lado, é bem nacional o curioso conceito cultural de etnia ou raça, segundo o qual português é quem pense, sinta e aja como bom metropolitano de pura cepa...
A miscigenação étnica é indispensável à boa marcha da acção integradora. Em Portugal, como é sabido, acompanhou a gesta dos Descobrimentos e Conquistas.
Começou no próprio Reino - a Metrópole da era republicana. O Brasil fez-se sob a sua bênção: os bandeirantes, heróis da expansão territorial da América Portuguesa, eram, em boa parte, luso-ameríndios ou mamelucos.
O arquipélago cabo-verdiano é filho da miscigenação luso-africana, e ocupa lugar cimeiro na nossa cultura...

As orientações do pensar e sentir dos portugueses apontavam para a criação de sociedades multiétnicas. Só se entende bem a essência do nosso colono em certo meio - ia a dizer no seu meio natural-, no "mato", isto é, fora da cidade, mesmo da vila: nos pequenos povoados do interior, sendo mãe dos seus filhos uma nativa ou mestiça. O lar em que nasci era assim; conheci muitos e, porque fui chefe de posto administrativo num curto lapse de tempo embora, tive a vivência dessa amorável realidade de outro ângulo, não menos enriquecedor... Concordo plenamente com os sociólogos que opinam que o que distingue os portugueses dos mais colonizadores não é tanto a miscigenação étnica, que nenhum povo está impune, mas a atitude frente ao mestiço... Haja em vista nesta tese anglo-saxónica, a margem da antropologia, da genética, intrinsecamente racista: uma gota de sangue afri-cano ou negro basta para que urn anglo-saxónico seja africano. Por outras palavras: não há mestiços ingleses ou anglo-saxónicos...
Gilberto Freyre é o egrégio sociólogo que melhor compreendeu e interpretou o sentido profundo da expansão portuguesa no mundo: O luso-tropicalismo, por si magistralmente concebido, é a melhor definição do ser nacional. Está a anos a luz duma utopia.

Só o não aceita quem for absolutamente incapaz de apreender e sentir a essência da lusitanidade e da expansão portuguesa no mundo.
Desde os primórdios da inigualável e amorável gesta dos Descobrimentos e Conquistas, na remota centúria de Quatrocentos, entendeu-se que ali onde estanciasse gente lusa era também Portugal. Por isso, não há nada de novo na afirmação de que a nação portuguesa ia do Minho a Timor. Fazia parte do património histórico e cultural de Portugal. E é de salientar que se orgulhavam desse Portugal que ia do Minho a Timor; ninguém duvidava dessa magnífica construção do génio lusitano. Nos meus tempos de escolar de Coimbra, a vivência de sentimentos nacionalistas entre os estudantes desse Portugal imenso era inquestionável e comovente. Excepção aberta somente aos estrangeirados, poucos, felizmente...
Duvidar do que é português, combater tudo quanto enobrece a Nação é próprio dos filhos de Abril, antinacionais por excelência...
É bom notar que na sua qualidade de portugueses é que ultramarinos de todas as cores epidérmicas e credos participaram, ao longo de séculos, em todas as actividades civis, militares e religiosas que nobilitaram deveras a nossa vida d' Aquém e de Além-Mar.


¡ COR. JOSÉ MARIA DE MENDONÇA JÚNIOR !







UM HERÓI PORTUGUÊS:
José Maria de Mendonça Júnior,
Coronel de Cavalaria e Comandante do Esquadrão de Dragões de Luanda, do Exército Português.








A BATALHA DE LUANDA? (uma História mal contada)
Considerada como registo de factos memoráveis, a História (tanto a que é escrita como a que é reproduzida oralmente) nem sempre é isso. Já que, com frequência, ela é adornada com omissões, acréscimos, desvios e quejandos ou mesmo – o que é ainda mais grave – com insucessos acobertados com roupagem factual. Os quais são fruto, nuns casos, de ignorância ou de lapsos de memória, involuntários ou não; e, noutros, são de entender-se com propósitos deliberados de contornar a verdade para fazer valer a mentira.
Não é de admirar que seja assim: afinal, quem protagoniza, escreve ou reproduz a História é sempre um ser humano, igual àquele que, expulso do paraíso por ter acreditado na "mentira da serpente", ficou por certo condenado, "ad vitam aeternam", a jamais conhecer a verdade na plenitude.
Da História antiga pouco se conhece nesse particular, mas da contemporânea os exemplos dessas omissões, acréscimos, desvios, etc, e sobretudo de insucessos apresentados como factos são múltiplos e estão à mão de semear. Constituem elas as chamadas "mentiras históricas", algumas das quais, como as ditas "armas de destruição maciva de Saddam" e o "11 de Setembro", foram tão estrondosamente badaladas por esse mundo fora, que ainda hoje, tanto tempo já passado, têm ressonâncias que quotidianamente nos torturam os ouvidos.
Como é óbvio, este nosso milenar Querido Portugal, sujeito como é também da História, não podia ser uma excepção, nesse particular. E não é efectivamente. Pois aqui também abundam e proliferam quotidianamente casos semelhantes acima referidos. Os quais ao assumir aspectos verdadeiramente escandalosos, sobretudo quando os desvios, os acréscimos, as omissões e as mentiras com que são enfeitados se relacionam com factos de ocorrência recente, possibilitando portanto fáceis testemunhos contraditórios.

Exemplo disso tudo podem ser encontrados facilmente, no pouco ou nada que se tem escrito e bem assim no muito que se tem dito, sobre esse momento da História do nosso País, a que se deu o nome de "descolonização". E muito particularmente na que envolveu Angola, onde o confronto de interesses foi sempre tão grande e tão imperante, que acabou, na maioria das vezes, por justificar a ausência daquilo que a História sempre exige: a isenção e a verdade.
Vem-nos momentaneamente, à memória, alguns de entre os mais gritantes. Ei-los:
– O início da rebelião contra o regime colonial, que uns atribuem ao "4 de Fevereiro" e outros ao "15 de Março", ambos ocorridos em 1961, quando na realidade, a História identifica-o com o que se passou na Baixa do Cassange em 1960 ou até mesmo com a "marcha dos tocoistas" contra São Salvador do Congo, ocorrido duas décadas antes;
– A "ponte aérea que, em 1975, transportou centenas de milhares de portugueses de Angola para Lisboa, a qual muitos dizem ter sido ideia do governo português de então, quando na verdade foi ela engendrada, financiada e organizada por uma potência estrangeira, os Estados Unidos da América, que antes havia feito tudo para correr com os europeus das suas colónias;
– O acordo de que raramente se tem ouvido falar, celebrado num jantar de um café restaurante da rua da Ópera em Paris, com a participação de Mário Soares, Álvaro Cunhal – que receberam cada um, 1 milhão de contos para que os seus respectivos partidos privilegiassem os movimentos pró-maxistas que existiam nas colónias portuguesas – e Boris Ponomorof, membro do então Governo Soviético, que impôs à "descolonização" o rumo político, que ela cumpriu.

A BATALHA DE LUANDA?
Tudo o que acima se afirma exprime a reacção que experimentámos quando, bem recentemente, tivemos a oportunidade de ver, num dos canais da TV Cabo, um documentário em que se fala da descolonização de Angola e muito particularmente da luta que se travou entre o MPLA e alguns dos seus opositores pela posse de Luanda. Luta que, tendo tido o seu auge a escassos dias da data da proclamação oficial da independência – 11 de Novembro de 1975 – ficou conhecida como a batalha de Luanda.
Além do relato das principais ocorrências, esse documentário foi completado com opiniões interpretativas, formuladas pessoalmente por um grupo de oficiais reformados das nossas Forças Armadas do qual se destacam dois:
– O Contra Almirante Rosa Coutinho e o
– O Brigadeiro Pezarat Correia
Um e outro com permanência em Angola, no "posto 25 de Abril", mas ali afastados muito antes da data da independência.

O documentário comporta, naturalmente, o que já não é surpresa, ou seja, os costumeiros desvios, omissões, contornos, e até mesmo inverdades com vestimenta factual. A mais escandalosa das quais foi expressa por aqueles dois conhecidos militares, que com o ar mais natural deste mundo, juraram e sacramentaram que foram tropas do MPLA, que, com a colaboração de alguns cubanos, enfrentaram, combateram e acabaram vencendo as forças da Oposição que, sob o comando do Coronel Gilberto Santos e Castro se propunham tomar de assalto Luanda, para impedir a proclamação da independência por parte do MPLA.
Repetimos: a versão formulada não tem visos de verdade e, como se disse, assume contornos de escândalo e mesmo de injúria, tanto mais reprovável quanto é certo ela atingir a honra de alguém que, por não ser já deste mundo não pode ripostar.
Assim sendo e em nossa opinião, a única forma de minorar ou mesmo anular os efeitos dessa injúria é reconstituir os factos, tal como ocorreram e com a caução de testemunhos presenciais, que ainda hoje e a qualquer momento, podem ser invocadas. É, pois, o que a seguir fazemos procurando respeitar o trajecto cronológico, para, deste modo, melhor entender tudo o que se passou.

O fim da luta armada em Angola ficou consagrado no acordo celebrado em Alvor (Algarve) no final de Janeiro de 1975, Acordo pelo qual se estabeleceu um governo de transição tripartido – Portugal e os três movimentos de libertação angolanos – a quem foi incumbida a tarefa de gerir o país até à data da independência marcada para 11 de Novembro desse mesmo ano.
Durou pouco esse governo. A rivalidade entre as três formações angolanas, a ambição pelo mando absoluto e também a passividade da parte portuguesa conduziram rapidamente à sua falência total. Surgiram e multiplicaram-se, um pouco por todo o lado, casos de violência envolvendo as três partes angolanas, de tal modo que, no final de Agosto desse ano, o MPLA já era senhor absoluto da capital, de onde havia expulsado sem mais aquelas os representantes da UNITA e da FNLA.
A opinião generalizada que então se formou, nessa altura, tanto em Angola como fóra, era de que, assim tendo procedido, o MPLA estava a preparar-se para, em 11 de Novembro, proclamar unilateralmente a independência, na expectativa de que a passividade da opinião pública, tanto interna como a externa, ajudasse a consagrar a ilegalidade.
Esqueceu-se, porém, Agostinho Neto, o então líder do MPLA. que, com a descoberta do petróleo, acontecida anos antes, Angola passára a estar sob vigilância cerrada que, então como agora, controlam a produção e o comércio do crude à escala mundial. O resultado dessa falha de memória foi que, pouco tempo depois, Angola era, sem mais aquelas, invadida por uma força militar sul-africana procedente da Namíbia. A qual, depois de tomar, sucessivamente, as cidades do Lubango, Benguela e Lobito, avançou em direcção a Luanda. Onde, no entanto, não chegou a entrar, já que ao atingir as margens do rio Quanza (a cerca de 200 kilómetros da capital) foi mandada parar.

Por ordem de quem e porquê? Ocorre naturalmente perguntar?

Segundo fontes diplomáticas sul africanas desse tempo, Washington, que havia sugerido a invasão, fora quem formulára essa espécie de contra-ordem, acompanhada de um novo pedido: que os sul africanos transferissem parte do material bélico que transportavam para um outro grupo armado, que, constituído por guerrilheiros da FNLA, soldados zairenses disponibilizados por Mobutu e alguns voluntários portugueses, e sob o comando do Coronel Santos e Castro, se encontravam, nessa altura, a assediar Luanda pelo Norte, com o objectivo de a tomar, antes da data da proclamação da independência.
Uma vez na posse do material cedido pelos sul-africanos , que incluía três peças G5 – fabricadas na RSA e capazes de atingir objectivos localizados de até 50 Kms – (chamados n'gola kiluando) Santos e Castro começou a preparar o ataque e a tomada de Luanda concebido nos seguintes termos: bombardear primeiro, utilizando as peças cedidas, com vista a estabelecer o pânico entre os defensores e a população da capital e, a seguir, realizar o assalto por terra. Plano que, uma vez concebido, foi divulgado via Kinshasa, com vista naturalmente a desmoralizar ainda mais o inimigo.
Sendo assim, no dia 6 de Novembro, depois de ter tomado a vila de Caxito, estabeleceu-se ele com os seus homens no Morro da Cal – uma pequena elevação de terreno situada a cerca de 30 Kms de Luanda e dali fez três disparos dos G5 contra a capital. Dos quais um atingiu a pista do aeroporto, outro caiu na baía e o terceiro atingiu a refinaria de petróleo do Alto da Mulemba, provocando um incêndio, que acabou por ser dominado.
A estratégia resultou em pleno: o pânico previsto estabeleceu-se e generalizou-se, e, naturalmente começaram a circular boatos os mais diversos, um dos quais um concebido em termos de suscitar histeria colectiva e pavor. Eles os "fenelas" – assim o vulgo luandense chamava aos homens de Holden Roberto – vão entrar e vão degolar todos: pretos brancos e mulatos.

Entretanto, as horas e os dias foram passando nessa terrível expectativa que se ia acentuando à medida que, um pouco por todo o lado na cidade, se ia escutando sons de disparos, resultantes do confronto que se ia verificando amiúde entre grupos de soldados que Santos e Castro ia mandando avançar em missões de sondagem do terreno e os militares que o MPLA tinha colocado fora do perímetro urbano da capital com missões de entreter o inimigo para deste modo possibilitar o envio de reforços.
Chegou-se finalmente a 11 de Novembro, dia marcado para a proclamação da independência, sem que no entanto se houvesse realizado o prometido assalto à capital. Mesmo assim, o pânico generalizado imperava e manteve-se sempre desde o nascer ao pôr do Sol desse dia histórico, durante o qual o único facto de registo sucedeu cerca das 16 horas, quando o alto-comissário representante da soberania portuguesa, um militar de alta patente português, General Silva Cardoso, mandou arrear a Bandeira das Quinas que encimava o velho palácio da cidade alta, dobrou-a e, com ela debaixo de um dos braços, tomou o caminho da Ilha de Luanda, onde o aguardava um navio de guerra, para o trazer de regresso definitivo a Portugal.
Deste modo inesperado e ademais ridículo e triste se concretizou o episódio final de quase cinco séculos de Histórial!!!
Entretanto, e porque a crença generalizada era de que os homens de Santos e Castro ainda poderiam atingir Luanda, a cerimónia oficial da proclamação da independência, marcada inicialmente para as 17 horas desse dia, foi sendo sucessivamente protelada e acabou por ter lugar só em plena noite e de uma forma algo improvisada.
Assim e apesar de todas as promessas e ameaças, os homens do coronel falharam: nem entraram na cidade nesse dia nem posteriormente realizaram qualquer tentativa nesse sentido, preferindo antes deixar os arredores da capital e empreender uma retirada em direcção à fronteira com o Zaire.

Porque esse falhanço, porque tudo isso? Importa perguntar?

A resposta ouvimo-la já aqui em Lisboa. Primeiro da boca do Coronel Santos e Castro, poucos meses antes da sua morte; e logo a seguir, por intermédio de alguns portugueses e angolanos, que foram seus companheiros nessa aventura. E tivemo-la confirmada, mais tarde, pelas mesmas fontes diplomáticas sul-africanas atrás referidas. Ei-la, pois, reproduzida de forma sintética mas clara.


De, José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria (Dragões) do Exército Português.




¡ DESTINO MUCABA !

POR TERRA...


E POR AR!

1961, a tripulação do PV2 que ajudou a salvar Mucaba.
Da esquerda para a direita:  Sarreira Lopes-alferes; Paulino Correia-major; 
João Charula de Azevedo-jornalista; Diogo Neto-tenente coronel, e dois sargentos da F.A.P.



1961, a Vila do Mucaba.



1961, Mucaba:
os Bailundos procuraram a protecção do exército português.



1962, Mucaba:
Na parte lateral da Capela foi construída uma pequena casa para assistência aos sacerdotes.



1962, Mucaba: desfile militar em Mucaba.


    DAMBA-DEMBE-31 DE JANEIRO-NEGAGE-QUITEXE-CAMABATELA-ALDEIA VIÇOSA-                                                     MAQUELA DO ZOMBO- MAMARROSA:


1961, Damba: acima os valorosos defensores da Damba, 
em baixo os três soldados destacados pela sua enorme valentia, popularmente chamados por «os 3 mosqueteiros», o da direita viria a ser barbaramente assassinado pelos terroristas.


DEMBE:

1961, Dembe: estes dois bravos Bailundos foram condecorados por num enorme esforço
terem salvo a vida a um soldado europeu, transportando-o durante 40 quilómetros através de uma floresta infestada de bandoleiros!


31 DE JANEIRO:

Março 1961,
o  Heróico Cabo dos Sipaios, Sebastião D. Baxe, da povoação 31 de Janeiro,
lutou sózinho contra dezenas de assassinos terroristas, morreu abraçado à bandeira portuguesa!


Outubro de 1961: Damba,
o Prof. Dr. Adriano Moreira aquando da sua visita ao norte de Angola,
com a bandeira portuguesa à qual Sebastião D. Baxe morreu abraçado, manchada com o seu sangue.


DAMBA:

As senhoras da Damba, anos 50.



As crianças da Damba, anos 50.


No lançamento da primeira pedra num dos edifícios da Missão.


O Administrador com missionários capuchinhos na sua primeira visita à Damba.


Torre de controle do Aeródromo da Damba.



Edifício da Administração da Damba.


Edifício onde estavam instalados os serviços administrativos B.R.C.



Ao lado direito, o Administrador da Damba com dois oficiais do exército.



1961, Damba: a campa do Padre Pedro João, 
assassinado pelos terroristas no assalto à vila da Damba a 15 de Março de 1961.



1961, os heróicos defensores da Damba.




1961, Damba.


1965, Damba: Equipa de futebol da Damba.


NEGAGE:

Negage: vista aérea da cidade.


QUITEXE:


1961, Quitexe.

 Primeiro plano esq. a Igreja do Quitexe.


Administração do Quitexe.


1961, Quitexe: a casa do médico e a Administração.


CAMABATELA:

Bar em Camabatela, com o proprietário senhor Santiago e o filho Henrique.


VILA VIÇOSA:

1962, Aldeia Viçosa: Quartel militar.


MAQUELA DO ZOMBO:
1961, Maquela do Zombo: senhoras e crianças recolhidas num armazém.




1968, Maquela do Zombo: Quartel militar.


MAMARROSA:



1961, Mamarrosa: no norte de Angola, junto à fronteira com o Congo.



A serração de Mamarrosa abandonada após os terrificantes assassinatos. Nesta serração os terroristas serraram vivos com serra mecânica portugueses brancos e negros, em 1961
 ( na foto a serra apontada pelo militar).



1961, uma fazenda em Mamarrosa.



Manual de Administração – Província de Angola. Data de 1894.



TERRORISTAS:

Estes são os representantes dos chamados independentistas (de um
  povo imaginário em Angola) ao serviço  dos interesses dos EUA, Rússia, e  China.

MUCABA, O ÚLTIMO REDUTO DA PORTUCALIDADE EM AFRICA.



Para situar um pouco no tempo a acção do Governador em Angola. É elucidativo das dificuldades e do sofrimento na versão que se segue respigada dum relatório do Chefe do Posto, Hermínio Carvalho de Sena, que teve nas suas mãos a sorte dos habitantes da povoação de Mucaba.

«A noite de vinte e nove  de Abril foi longa e tormentosa. Chefe do Posto e habitantes da povoação tiveram a vida por um fio. Nessa noite amargurada, foi o corolário dum martírio incessante, que se prolongou por muitos meses. Para uma melhor compreensão, registam-se os passos anteriores a ela e também os que se sucederam.
A excitação nos povos do norte de Angola começou muito antes de quinze de Março de 1961, data do rebentamento do terrorismo. A independência do antigo Congo Belga, ocorrida em Junho de 1960, acelerou nas populações fronteiriças o desejo de imitação. Por essa altura, quando o Chefe do Posto regressava do Posto de 31 de Janeiro, deparou com um movimento anormal, perto da Regedoria de Tolane, tida como de confiança.
O Regedor, todo ele alterado, mal responde às perguntas que lhe são feitas. Declara de motu próprio que "o Chefe do Posto será morto e ele, Regedor, será o Rei de Mucaba". Depois disto, várias diferenças começam a ser notadas: ordens do Chefe do Posto mal cumpridas, fugas de pessoal das fazendas de café, saídas exageradas de gente para o Congo ex-Belga. As suspeitas acumuladas levam o Chefe do Posto, de parceria com elementos da população, a organizarem um serviço de patrulhamento, desde o apagar das luzes até às cinco da manhã, que começa no dia catorze de Julho de 1960. Nesse dia chega a notícia de o Regedor Tolane ter abandonado a residência para se internar na mata.
O patrulhamento prossegue nos meses de Agosto, Setembro, Outubro e entra pelo Novembro adentro. A treze deste mês, na deslocação do Chefe do Posto à Regedoria de Tolane, não encontra o Regedor, nem a Bandeira Nacional içada, como era costume aos domingos e dias feriados. No dia vinte e um realiza-se a cerimónia da transferência do Posto Administrativo do Mucaba, do Concelho da Damba para a jurisdição do Concelho do Songo, com a presença dos Administradores daqueles Concelhos, Autoridades tradicionais e elementos da povoação comercial.

Os meses de Dezembro de 1960 e Janeiro de 1961, passam sem manifestações hostis. No dia vinte e nove de Janeiro, o Chefe do Posto conferencia com os Sobas da região, tendo em vista os trabalhos para a construção duma picada destinada a ligar o Posto com o Songo, sede do Concelho. Os Sobas cumprem e a abertura da picada começa sem incidentes. O mês de Fevereiro é todo dedicado a esta tarefa, apesar de chegarem notícias do recrudescimento das fugas de pessoal das fazendas de café.
No domingo, doze de Março, o Chefe do Posto faz nova diligência à Regedoria de Tolane. Regista outra vez a ausência do Regedor e da Bandeira Nacional no poste da Regedoria. Nas buscas efectuadas nada apura sobre o seu paradeiro. Dois dias depois volta a andar por vários povos, em serviço de fiscalização. Não regista distúrbios. Mas o ambiente observado é opressivo. Na volta à povoação decide activar o patrulhamento.
No dia quinze, o Chefe do Posto organiza uma patrulha, composta de civis, soldados com baixa e cipaios, que marcha sobre os povos de Uando, à procura do Regedor TolaneNinguém dá notícias dele. Pela tarde, informado por um comerciante, toma conhecimento das chacinas feitas no Quiteche, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e fazendas de café na área do Uige. A fogueira que arde um tanto por todo o território não atinge Mucaba. No dia seguinte promove uma reunião com os comerciantes e pessoal do Posto, na qual dá conta da situação e em conjunto, traçam uma linha de conduta.
Em consequência, melhoram os processos de fiscalização, ao mesmo tempo que os comerciantes tomam o compromisso de não venderem catanas, nem machados, facas e pregos. Entretanto, os trabalhos da construção da picada continuam em bom ritmo. Mas o Chefe do Posto, insatisfeito com o silêncio dos povos da sua área, no dia dezassete vai observar pessoalmente. Nada acontece de anormal. Todavia, continuam a chegar notícias de alastramento do terrorismo nas terras do Norte.
Como medida de precaução, no dia dezanove são evacuadas para Luanda, via Engage, as senhoras e as crianças, ficando só os homens. O serviço de vigilância é redobrado, com turnos de ronda, permanentes, dia e noite. Os elementos da população concentram-se em duas residências, uma em cada extremo da povoação.

A vinte e três, o chefe do Posto percorre a zona de Uando e não encontra nos povos nenhum Soba presente. Entretanto os trabalhos da picada chegam ao seu termo e o Chefe do Posto segue por ela ao Songo e dali a Carmona (Uige), aonde se inteira da gravidade dos acontecimentos. Em trinta e um de Março a picada é dada por concluída e o pessoal transferido para o Posto, em serviço de limpeza da povoação. Apesar dos acontecimentos o serviço decorre sem incidentes. A onze de Abril, o Chefe do Posto sai com o pessoal à picada Mucaba-Songo, a rectificar um troço de trânsito difícil.
No dia quinze são reforçadas as patrulhas e as rondas. A população dá sinais de cansaço, mas decidida a andar por diante com as tarefas de defesa. Como medida de precaução, o Chefe do Posto manda recolher ao Posto o pessoal em serviço nas fazendas de café, proprietários e empregados. No dia dezanove, utiliza o pessoal regressado da picada para começar a preparar uma pista de emergência para aterragem de aviões.
Ao anoitecer regressam as brigadas de fiscalização que haviam seguido para os lados do Uando, com dois feridos e um morto. Trazem recado dos sublevados que diz: "Esta terra é nossa! Não queremos Chefe do Posto, nem brancos!" No dia seguinte segue nova diligência em busca do Regedor Tolane, em vão. Ninguém dá conta do seu paradeiro. A situação torna-se perigosa. Os amotinados da Serra, do lado do Posto do Bungo, atacam uma carrinha que se deslocava naquela área, em serviço de observação, com oito ocupantes. Resultado: dois feridos e a viatura crivada de balas.
A situação é tensa, os meios de defesa escassos... O Chefe do Posto manda carta ao Admnistrador do Concelho do Songo a dar parte do acontecido e a pedir, mais uma vez, os reforços que nunca foram enviados, um emissor P-19 e uma avioneta para evacuar os feridos. Pelos elementos capturados, sabe-se que há concentrações para ataque à povoação, à espera do "vento" que há-de vir do Congo ex-Belga para se lançarem ao assalto.
A população passa a concentrar-se toda numa só residência, durante a noite, em estado de alerta. O Chefe do Posto deixa a sua residência e junta-se à população para a luta que se aproxima. São poucas as armas para a defesa: algumas espingardas, de bala e caçadeiras, umas poucas de pistolas e uma pistola metralhadora. As munições oscilam entre seis e sete mil tiros. A comunicação com o exterior faz-se mal, por se ter avariado o emissor P-19. As pessoas acusam um estado de mal-estar, ressentidas de tantas noites perdidas quase sem repouso.

Numa das constantes rusgas efectuadas nos povos, é capturado o Regedor Tolane que, antes de se entregar, destrói pelo fogo os documentos que tinha em seu poder. Ao interrogatório nada responde. Diz somente que "ele é dono da terra de Mucaba". No dia vinte e quatro de Abril o Chefe do Posto vai a Carmona (Uíge) fazer a sua entrega à Administração daquele Concelho e de outros sublevados capturados.
Das diligências efectuadas para melhorar o poder de fogo, não consegue senão seis caixas de cem cartuchos para caçadeira. Os dois enviados aos povos que não tinham regressado, aparecem à noite, feridos, um deles em estado grave. Dão a notícia de os terroristas terem matado as crianças mestiças que viviam nos povos. O Chefe do Posto, sem perda de tempo, vai ao povo Lunda e salva uma menina mestiça, de oito anos, que vivia com a mãe naquele povo, perto da povoação comercial.
Em vinte e cinco de Abril fica concluída a pista para aterragem de aviões. A prever a necessidade de utilizar a Capela como reduto de defesa, o pessoal disponível é aplicado na abertura dum fosso em sua volta, como nas fortalezas de outros tempos. Ao entardecer uma coluna mista, composta de militares e civis, proveniente do Engage, chega à povoação, depois de vencer inúmeros obstáculos postos na estrada pelos terroristas.
É  portadora de algumas espingardas e munições, ajuda que é recebida com muito agrado. Fica-se a saber por ela que as estradas de ligação com o Posto de Mucaba se encontram todas cortadas. No dia 26 vêem-se sinais luminosos toda a noite. Durante o dia engrossam as concentrações de gente. Agora as patrulhas estão limitadas à povoação, porque a saída para fora é perigosa.
Neste dia a Força Aérea, baseada no Engage, multiplica as suas acções na Serra de Mucaba e nas áreas limítrofes de Damba, 31 de Janeiro e Bungo. Na esperança de serem atendidos por algum dos aviões que sobrevoam a povoação, os defensores de Mucaba, com cal e tiras de pano crú, escrevem no chão a pedir socorro, porque há feridos para evacuar e têm o P-19 avariado. Pela tarde aterra na pista, pela primeira vez, um avião Dornier, pilotado pelo Tenente-aviador Negrão, que entrega um P-19 e correio, dá notícias. Confirma o facto de as estradas estar em cortadas e as concentrações dos sublevados em volta da povoação.
Em toda a noite ninguém dorme, com a preocupação do ataque que possa ser desencadeado dum momento para outro. Pela manhã apresentam-se três nativos, do povo perto da povoação, serventes dum comerciante feridos, um deles em estado grave. Dão a notícia de os terroristas terem matado o Soba do povo Lunda, por não querer aderir à rebelião. Notícias captadas do Posto de 31 de Janeiro, dão como certo o ataque ao Posto de Lucunga e confirmam o desaparecimento do Chefe do Posto, cabo verdeano, Manuel Coutinho.
A população exausta, em estado de desespero, decide abandonar a povoação e começa a atirar para as carrinhas as coisas necessárias à viagem. O chefe do Posto, revestido de paciência, pede-lhes que suspendam o gesto e fala-lhes ao coração: 
    "Sempre que precisastes de mim nunca deixei de estar convosco e de vos ajudar.                                                         Houve sempre entre nós um verdadeiro espírito de camaradagem..."

                   Com este intróito entreolham-se. O Chefe do Posto prossegue:
 "Na hora presente dá-se precisamente o contrário. Eu é que preciso de vós, do vosso apoio e colaboração, porque sozinho nada poderei fazer aqui senão aguardar que os rebeldes me matem. Eu não abandonarei nem o Posto nem a população que me foram entregues e o mínimo que me poderá acontecer é ser chacinado como o foi o meu colega do Posto de Lucunga!..."
Os rostos dos comerciantes dão sinal de comoção. O Chefe do Posto continua: 
"Qualquer saída nesta altura, com as estradas cortadas e inutilizadas, seria um autêntico suicídio!... 
"Um deles contestou: "Ficar para quê? Para morrermos todos? A nossa resposta é não!"
 O Chefe do Posto insiste: "Vamos defender-nos dentro da Capela, numa força unida, em verdadeiro espírito de camaradagem, lutarmos até ao fim, em defesa das nossas vidas e desta terra de Mucaba!”
Eles hesitam. Por fim decidem ficar. Lançam-se então, todos, na preparação da Capela, a fazer do seu interior uma fortaleza. Carreiam para lá todo o preciso. Como alimentos de consumo imediato, pão, conservas, água, vinho, medicamentos, fósforos, velas, colchões, cobertores e tudo quanto lhes parece indispensável.
Como complemento armam barricadas e andaimes em volta das paredes e preparam-se para aguentar a borrasca que se aproxima. No dia vinte e oito passam a noite em claro. No arraial terrorista persistem os sinais luminosos, que prenunciam acção iminente. E os reforços, pedidos com insistência, nada de chegarem!...
Vinte e nove de Abril é um dia sem fim para os defensores de Mucaba, enclausurados na Capela da povoação. A excitação começa de manhã, com a movimentação dos sublevados, que avançam em grandes grupos. Acabam-se as dúvidas. O momento do embate aproxima-se. Avistam-se já os primeiros grupos entre cinco e sete quilómetros.
O Chefe do Posto, sob pressão, expede uma mensagem ao Governador do Distrito a dizer:
- Tenho honra informar V.Ex.ª durante dia e noite ontem foram avistados sinais terroristas concentrados volta população pelo que população se manteve sempre firme vigilância ponto qualquer pessoa indígena ou não homem ou mulher sai povoação é logo caçada e espancada ou morta ponto Os trinta defensores povoação estão reunidos edifício Capela não podendo sair qualquer lado virtude todas vias comunicação cortadas ponto Peço licença para lembrar V. Ex.ª que esta população não é digna de ser abandonada à mercê da sorte porquanto ela deu sobejas provas patriotismo e coragem sempre vigilante dia e noite já vai para dois meses ponto Estamos fisicamente baixa forma pouco mais podendo fazer a manter-se esta situação ponto Se reforços muitas vezes pedidos não forem enviados já vírgula amanhã ou depois será tarde ponto.
Pelas quinze horas aparece um avião no ar, o Dornier que faz sinais de querer aterrar. As condições atmosféricas são péssimas. Mas o Tenente-aviador Negrão, apesar do perigo, faz-se à pista e pousa sem novidade. A avioneta traz um furriel, com uma pistola metralhadora e um soldado com uma espingarda. Nada mais!... Pouco depois aparecem mais duas avionetas, que não aterram por causa das más condições do tempo. Estas avionetas transportavam elementos duma secção militar com as respectivas armas e munições... Pouca sorte!...

Cerca das dezassete horas uma avioneta, pilotada pelo engenheiro Pereira Caldas, sobrevoa a povoação e lança uma garrafa contendo uma mensagem que diz ter avistado grupos de terroristas armados, cerca de cinco quilómetros a caminho da povoação. Os defensores de Mucaba correm e encerram-se na Capela. Para melhor compreensão do que se passa no exterior, organizam uma patrulha, formada por duas viaturas, levando cada uma oito ocupantes. Numa vai um soldado e na outra um furriel e um soldado.
Sob o comando do furriel Demony Vieira, as viaturas marcham ao encontro do inimigo. Não tarda a dar-se o desastre. A viatura da frente cai numa cilada e sofre um violento ataque, do qual resulta a chacina de cinco ocupantes. A outra escapa por milagre. O condutor revestido de sangue frio, retira de marcha atrás e chega ileso à povoação com os sobreviventes. Agora os campos estão extremados. Nada mais há a fazer senão a defesa das suas vidas. O soldado que havia sido capturado pelos amotinados consegue fugir e apresenta-se na Capela. Entra por uma janela, em escada que lhe é lançada de dentro.
Metidos todos na Capela, estão agora de portas trancadas, posições tomadas e nervos tensos. Pelas dezassete horas e meia os sublevados iniciam o ataque, ao som de cânticos guerreiros e guinchos arrepiantes. Vozes de comando incitam: "Não tenham medo!... As balas dos brancos são como água!...Não matam!..."Trocam-se tiros entre atacantes e defensores. A luta ganha intensidade e entra pela noite adentro. Com o receio de esgotarem as munições os defensores abrandam o ritmo do fogo. De olhar atento, apontam com maior eficácia.
As luzes da rua, acesas, permitem ver os movimentos do inimigo. Na Capela para reduzir a visibilidade, acendem-se apenas duas velas. Os defensores, fora de si dão sinais de ânimos exaltados. No auge do combate há quem reze!...Cada um evoca o Santo da sua devoção!...Pelo emissor P-19 o Chefe do Posto lança para o ar pedidos de socorro: ”Não dispomos de recursos para resistir” Durante muito tempo ninguém dá sinal de entendido. Só a partir das vinte e duas horas chegam algumas respostas:"Aguentem, tenham coragem!..."
A voz da Capela repete os apelos: "As nossas munições estão quase no fim!... Mandem-nos aviões!... Eles são muitos!... Parece nascerem do chão.'... As nossas vidas estão em perigo!... Já não aguentamos mais!...Ajudem-nos!..." O ambiente é infernal!...
Os aviões roncam no ar mas não conseguem vencer a cortina de nevoeiro. Pela madrugada dá-se uma baixa entre os defensores. Eugénio Veríssimo sucumbe, atingido por carga mortífera. A comoção abate por momentos os ânimos, que depressa se recompõem. O tiroteio prossegue, intenso!... No extremo do desespero, o tempo parece que não anda!...
Para cúmulo, a bateria do P-19, descarregada, não permite a comunicação com o exterior... Só a intervalos regulados dá para emitir mensagens curtas! "Pedimos socorro!...O inimigo está a aproximar-se!... Só lhe falta atingir as portas da Capela!..." Chegam palavras de alento, de todos os lados. 
Santo António do Zaire anima: "Aguentem até chegar a Força Aérea já em marcha." Outras vozes acodem com palavras de amizade e de solidariedade. Roncam aviões no ar, que não actuam porque a densidade do nevoeiro não deixa ver nada.
Os defensores estão exaustos. Não comem há muito tempo, não dormem, não têm um momento de pausa!... Pela madrugada põem uma mensagem no ar que julgam ser a última, dirigida a todos quantos os têm acompanhado no transe por que estão passando: "Estamos irremediavelmente perdidos!... Já não temos munições!... O inimigo está próximo das portas da Capela!... Vamos morrer!... Mas combateremos até à última gota de sangue!... Salvem-nos por amor de Deus!..."
De fora não cessam as palavras de estímulo, que nada adiantam. A situação é trágica!... O P-19 entra em descanso para não esgotar a fraca carga da bateria!... A resistência enfraquece!... Não há munições!... O inimigo entusiasma-se com a vitória que tem nas mãos. Destaca elementos que, às corridas, vão buscar bebidas às casas comerciais. Na volta exibem-se com gritarias estrondosas. Agora atacam em força, com armas de bala, canhangulos e até com pedras!...
Os resistentes, pelas seis da manhã, experimentam o P-19. Lançam no ar o derradeiro apelo: "Já não há munições!...Só nos resta combater à baioneta se o inimigo arrombar as portas da Capela!... Morrer ou sobreviver é a sorte que nos espera!..." Tomam entre si uma resolução extrema: para não caírem vivos nas mãos do inimigo, dispõem-se a morrer, sim, mas abatidos pelas armas que reservam para o efeito!...

Pouco depois o avião PV-2, comandado pelo Tenente-Coronel Diogo Neto, Comandante do Grupo Operacional do B.A-9, rompe a cortina de nevoeiro e faz vôo rasante em volta da Capela!... Sobre os terroristas lança bombas e metralha, e persegue-os, em fuga, pela estrada além!... Esta acção, providencial, levanta o ânimo dos resistentes!... Os homens de Mucaba estão salvos!... Dos seus corações brotam hinos de alegria!...Nos rostos há sinais de comoção!... E aliviados e maravilhados, reentram na vida, que já tinham por perdida!...
E para que a Capela não seja bombardeada, na persuasão de que tenha caído em poder dos terroristas, os resistentes destelham um canto da cobertura e com pano branco, dão sinais de ainda estarem vivos. Por algum tempo conservam-se na Capela, à espera que haja a certeza de não existirem terroristas à espreita. Na rua principal surge a figura do cozinheiro do Posto, Viegas, de braços levantados, em corrida para a Capela. Teve noite tormentosa, com as duas mulheres e filhos, a tremerem de medo.
Entra mais um mestiço, carpinteiro, com uma menina de três anos ao colo, baleada pelo inimigo, que falece pouco depois. E chegou o momento de saírem!...Os resistentes abrem as portas da Capela!... Comovidos, voltam enfim a pisar terra chã!...Persiste ainda na mente o pesadelo da noite longa!... Sentem ainda no corpo o desgaste da corrosão!...
No seu íntimo conservam o historial de meses consecutivos de sobressaltos, de vigílias, de noites mal dormidas!... A tormenta passou!... Que seja glorificado o Tenente-Coronel Diogo Neto, o salvador, o que se sujeitou a perder a vida para salvar a dos resistentes!...Eles estão salvos, depois duma fogueira de tantas horas, a balancearem entre a vida e a morte!... Agora estão ali, emocionados, a respirar o ar da felicidade!...
Os que tinham ficado de fora e escaparam, juntam-se a eles. Não aparece o cabo dos cipaios, chacinado, por ter deixado o esconderijo inicial para ficar nas dependências do Posto. Os resistentes correm ao local mas não encontram senão fragmentos: pernas para um lado, braços para outro, corpo espezinhado, cabeça esborrachada!...A marca odiosa do terrorismo...
Pelas treze horas vários aviões sobrevoam a povoação. Algumas avionetas aterram. Desembarcam jornalistas, fotógrafos e visitantes. Querem ver os resistentes. Querem ouvi-los, fotografá-los, abraçá-los... Do Governador-Geral de Angola chega uma mensagem do teor seguinte:
 "Acabais de praticar um dos mais belos feitos da nossa História ponto Angola inteira recordará os heróis civis e militares de Mucaba e venerará sempre a memória dos que tombaram no campo da honra ponto Viva Portugal ponto."
Governador.


O dia 20 é de encantamento para os resistentes de Mucaba. Atordoados, semi-inconscientes, com o lance dilemático de matar para não morrer, a pesar na mente, passam as primeiras horas fora de si. Deambulam sem itinerário, revêem os lugares por onde andaram, localizam os estragos feitos pelos terroristas, tudo isto sem destino nem objectivo. Parecem uns estranhos em meio estranho!... Pelas dezassete horas chega uma coluna mista de militares e civis, proveniente do Engage, com os socorros!...
Só agora porquê? A coluna teve a sua odisseia!... Os seus componentes devem ser glorificados, como campeões da coragem e da determinação! Os trabalhos por que passaram!... Luta para removerem os obstáculos postos na estrada, luta para se defenderem contra os ataques dos terroristas luta para trabalharem sem luzes!... Um inferno de dificuldades, de impedimentos. de contrariedades!... Foi precisa muita firmeza e força de vontade para avançarem até ao destino! As baixas sofridas dão uma ideia da violência do fogo: três mortos e dois feridos, evacuados todos de avião para Luanda.
Os reforços militares recebidos aliviam a tensão dos resistentes. As munições de boca despertam o apetite e quebram o jejum que vem do dia anterior. Entretanto chegam mais mensagens, mais visitantes, com palavras de amizade, de admiração, de solidariedade... Os resistentes despertam para a vida, aplaudidos, enaltecidos, acarinhados. Ao entardecer, com a presença do Redactor do Jornal do Congo, Sousa e Costa, levam a enterrar, nas traseiras da Capela, os companheiros de luta: Eugénio da Saudade Veríssimo, António da Costa Fernandes, Luís Ribeiro e Sebastião Malungo e ainda a menor de três anos.
O mês de Maio prenuncia melhor resposta para os ataques esperados. Os militares presentes, com armas e munições, reforçam o espaço de segurança. Na povoação mantém-se o estado de vigilância e o patrulhamento da área periférica. Descobre-se então uma novidade: a pouca distância da Capela encontram-se recipientes com gasolina e petróleo, que os terroristas destinariam a incendiar a Capela. Estes combustíveis e mais os que existiam nos armazéns da povoação, são enterrados em valas abertas perto da Capela. Agora é um soldado nativo, recuperado, que chega e dá notícia de os terroristas estarem a preparar um novo ataque, com maiores efectivos. Para os receber condignamente o alferes Sousa e Silva pede da Base o envio duma metralhadora MATSEM e munições. Do exterior continuam a chegar manifestações de simpatia e de apoio. Uma avioneta da Empresa de Cobre de Angola lança em pára-quedas, bacalhau, mariscos e bebidas, com uma mensagem a dizer:
"Caro Sena dois pontos É o teu patrício Edgar Vahnon que daqui do avião renova os seus votos de muita admiração pela coragem e indómita bravura de que destes mostras.Teu pai - velho Henrique Sena - ficaria bem orgulhoso. Abraço e até breve ponto."

As iguarias caídas do céu lembram aos resistentes os alimentos que têm na Capela. Como corolário, confeccionam uma refeição de festa. Depois, promovem o enterramento dos inúmeros terroristas mortos na refrega. E a vida retoma o seu curso natural. Seguem-se dias de expectativa, à espera do anunciado ataque. Os resistentes passam o dia na rua. Ao anoitecer recolhem à Capela, onde continuam com o serviço de alerta, agora beneficiado com treze militares armados de pistolas-metralhadoras.
No dia dez de Maio os terroristas desencadeiam o ataque, pelas três e meia da manhã. A neblina que escurece o espaço favorece o seu avanço. Só puderam ser vistos muito próximo da Capela. O fogo nutrido com que são recebidos surpreende-os. Põe-nos em fuga desordenada, sem tempo para levarem os dez mortos que deixam no chão. Na debandada, vingam-se, raivosos, derrubando a antena do emissor P-19, arrombando residências e estabelecimentos comerciais. Se o plano era o de lançar fogo à população, ficou gorado. Não encontraram o combustível com que contavam. A este revés inesperado junta-se outro, o da Força Aérea que intervém, vigorosamente e desenvolve grande actividade em volta da povoação.
No dia treze de Maio, a pedido da população, cansada de tanto sofrimento, o Chefe do Posto expede uma mensagem ao Governador do Distrito, a agradecer todas as providências tomadas para a defesa de Mucaba e a pedir que lhes sejam facultados meios para defenderem os seus haveres, pedindo também o regresso às suas casas dos habitantes de Mucaba ausentes em Luanda. 
Nos rostos dos resistentes há sinais de debilidade. As apreensões sem conta, as pressões da luta, as noites de vigília, a insuficiência alimentar, tudo isto corro e as energias e seca as fontes da vitalidade. Os sublevados, por seu lado, não desistem. Mantêm o cerco à povoação e a ameaça de invasão. A situação de perigo leva o Chefe do Posto a enviar ao Governador do Distrito a mensagem seguinte:
"Informo V.Ex.ª população civil exausta precisa repouso pelo que necessário se torna envio urgente mais tropa virtude a existente ser insuficiente defesa povoação ponto Situação agrava-se momento a momento pois terroristas concentrados já muito próximo ponto.
Apesar dos desaires sofridos o inimigo persiste na sua luta. Não se vislumbra trégua próxima. Pelo contrário, reagrupa-se e prepara novas investidas. Para os resistentes é o estado de tensão que se prolonga. No dia dezasseis enviam nova mensagem ao Governador do Distrito a dizer:
" Informa-se ter sido proveitosa a acção aérea aqui desenvolvida ontem pelos bombeiros e aviâo Aéro-Clube de Carmona ponto Agradecemos providenciar remessa urgente gasóleo pois existência só para seis dias ponto."

No dia seguinte os resistentes manifestam a sua preocupação pelo estado de depauperamento em que se encontram. O Chefe do Posto em nome deles envia ao Governador do Distrito a mensagem do seguinte teor: 
"Vencida já mais uma fase difícil da nossa vida na defesa deste rincão bem português e melhorada em parte nossa situação com a presença de militares ouso fazer a Sexa Governador Geral por intermédio Vossa Excelência o pedido seguinte dois pontos De entre os valorosos e destemidos portugueses que me acompanharam corajosa e incansavelmente na defesa de Mucaba contam-se onze casais cujas esposas tal como acontece com a do signatário se encontram ausentes em Luanda desde dezassete de Maio último aflitos com corações amargurados devido não só acontecimentos desenrolados como também e principalmente pelos boatos que circulam Luanda ponto Não deixaria de ser justa recompensa proporcionar a esses heróis que me ajudaram a oportunidade de abraçar as esposas e os filhos para o que o Governo lhes facilitaria uma ida a Luanda por quatro ou cinco dias incluindo um dia para ido outro para regresso garantindo-lhes a viagem também por via aérea ponto No caso de ser possível satisfação pedido poderiam seguir em grupo de três ou quatro de cada vez não sendo de permitir que grupo seguinte saísse sem primeiro regressar o anterior ponto."

A satisfação dada ao pedido permite a saída dos primeiros resistentes em menos duma semana. Gratos por se sentirem acarinhados pelas Autoridades Superiores, transmitem para Luanda, com pedido para ser radiodifundido pelas emissoras da Província, a mensagem seguinte:
 " População Mucaba representada pelo Chefe do Posto Hermínio Carvalho de Sena expressa através da rádio o seu eterno e muito sincero reconhecimento a todos os que acompanharam e com ela sofreram e se lhes dirigiram em cartas telegramas e até ofertas nas horas amargas difíceis e inesquecíveis na sua epopeia ponto."
O dia dezoito é assinalado com uma surpresa agradável para o Chefe do Posto. O avião do Aéro-Clube de Carmona (Uíge) aterra na pista e trás a bordo o Chefe do Posto Menezes para substituição. A sua chamada a Luanda tem por fim a condecoração com a medalha de ouro de Serviços Distintos e Relevantes no Ultramar e a promoção por distinção à categoria de Administrador de Circunscrição de terceira classe.
A justiça mais que merecida, sensibiliza o Chefe do Posto Sena, que não consegue dominar a comoção que o invade. Ele esperaria, no seu íntimo, alguma coisa no género, em reconhecimento ao esforço dispendido, superior à capacidade humana de resistência, mas sem tempo definido. Chega, afinal no momento exacto em que já sente, também ele, o desgaste inelutável da erosão. Bem-haja a providência oportuna, que proporciona o prémio certo no tempo certo!...
Pela tarde, ele abraça os companheiros da desdita, um a um e segue a cumprir o seu destino. Em Luanda, em meio de festas, de aplausos, de louvores, de honrarias, não se esquece dos seus companheiros de luta. Conserva-os bem na memória e envia-lhes a mensagem seguinte:
"Gloriosa população Mucaba cuidado Chefe do Posto - Nesta hora inesquecível em que sou alvo vibrantes manifestações simpatia ponho em vós o meu pensamento endossando integralmente todas homenagens que são mais vossas que minhas pois sem vós a epopeia de Mucaba não seria um facto ponto Afectuosos abraços ponto."

Seguido o relatório fielmente, nos passos afectos ao caso de Mucaba, seria um acto de mau gosto acrescentar seja o que for ao texto original. Por fim resta saudar o Homem determinado que fez das fraquezas forças e puxou dos resistentes até ao ganho da batalha. O Chefe do Posto, medalha de ouro, promovido a Administrador de Circunscrição, Hermínio Carvalho de Sena.


                                                                  Hermínio Carvalho de Sena




RELAÇÃO DOS DEFENSORES DE MUCABA

1- Abel Arlindo Vicente
2- Abílio Dias
3- Adelino Afonso
4- Alexandre Luiz
5- António Nunes Jerónimo
6 - António Nunes Medeiros
7 - António dos Santos
8- António Serafim Bráz
9- Artur Moutinho Sequeira - Ferido no 1º encontro na estrada.
10- Cláudio de Almeida - Morto no 1º encontro na estrada.
11 - Domingos José Bráz
12- Eduardo Teixeira
13 - Eugénio da Saudade Veríssimo - Morto durante o ataque na Capela
14- Fernando Ribeiro Dias
15 - Francisco Alves de Pinho
16- Hermínio Carvalho de Sena
17- João Carvalho
18 - João Medeiros Jerónimo
19 - Joaquim Silvestre
20- Joaquim Dias
21 - Joaquim da Silva Ramos - Morto no 1º encontro na estrada.
22 - Jorge de Oliveira
23 - Jorge de Meio Pereira
24 - José Alves Moreira - Morto no 1º encontro na estrada.
25 - José Dias Duque
26 - José Dias Fernandes
27 - José Baptista - Morto no 1º encontro na estrada.
28 - José Martins Aguiar
29 - José Nunes Jerónimo
30 - José Meio Morais
31 - Laurindo Teixeira Cunha
32- Manuel António Farinha
33 - Manuel de Oliveira
34- Mário Jerónimo
35 - Mário de Oliveira
36- Mário Teixeira.
37 - Ramiro Augusto Moreno
38 - Raúl Dias
39- Silvino Alves
40 - Sargento Demony Vieira - Ferido no 1º encontro na estrada
41 - Teófilo de Almeida
42 - Cabo de Cipaios - Morto nas instalações do Posto durante o ataque.
43 – 1º Cabo Africano - Dado como desaparecido no lº encontro na estrada, apresentou-se mais tarde.
44 - Viegas - Cozinheiro do Posto.
(Do Relatório do Chefe do Posto Sena ).




 Altar da Capela, durante os ataques esteve sempre cuidada.

Os reforços para protecção feitos no interior da Capela. 
O Tenente Coronel Camilo Rebocho Vaz,
na altura Governador Distrital do Uíge 
visita Mucaba para felicitar os heróicos defensores.

 
No interior da Capela, 
o Tenente Coronel Camilo Rebocho Vaz entre os heróicos defensores. 
A escada para acesso ao telhado de onde controlavam os terroristas, 
 e camas improvisadas, onde um ou outro, tentava descansar enquanto outros vigilavam.
Os heróicos defensores junto aos militares que chegaram a Mucaba.

                                                Mucaba ficará na história de Portugal, 
                                    como o último reduto da Portucalidade em África.
                       



O que fica exarado, porém, - conduz-nos a Mucaba - um dos mais brilhantes feitos da nossa História de Além-Mar, e um dos mais gloriosos baluartes da nossa resistência à pretensão dos nossos inimigos, internos e externos, de nos expulsar de territórios nossos há séculos, em seu exclusivo benefício.