Timor-Dili, a Cruz de Cristo com o Brasão, nas inscrições laterais lê-se;
"POR PORTUGAL - CONTRA O INVASOR"
Timor 1975; A Revolução Vermelha dos Cravos de Sangue nos massacres dos povos de Portugal !
O "governo" português de Abril
abandonou Timor em 1975. A conjuntura da época é hoje mais clara. As
Forças Armadas foram para Timor para promover os 3 D's — descolonização,
democracia, desenvolvimento — mas tingidas a vermelho pela cartilha
comunista e socialista marxista. O governador enviado, e primeira figura
militar, era o então Coronel Lemos Pires, prometedor oficial de estado
maior com uma missão...
Na sua equipe contava-se o depois vice-ministro comunista dos governos provisórios vermelhos, o Tenente-Coronel Arnão Metelo.
Nascem
em Timor-Leste partidos políticos, alguns dos quais advogam a
integração na Indonésia. As divergências degeneram em confrontos
armados. Entretanto, as Forças Armadas portuguesas entregaram armas de
guerra modernas e munições à resistência timorense, então FRETILIN, hoje
FALINTIL, onde Xanana Gusmão era um membro apagado do comité central.
Tentaram substituir a liderança dos liurais, chefes tradicionais, por
líderes eleitos "democraticamente". Uma grande parcela de timorenses
mais tradicionais se revoltou contra os marxistas com o apoio dos
movimentos UDT e APODETI, sendo algumas das armas fornecidas pela
polícia portuguesa do Capitão Maggioli Gouveia, anti-comunista.
Cumprida
o que era a sua missão de deixar cair o poder na rua para que a
FRETILIN dele se apoderasse, os militares portugueses evacuaram dia 26
de Agosto de 1975 para a ilha de Ataúro e depois para Portugal. Não foi
bonito o acto de traição destes canalhas. Timor está a 11 horas de fuso
horário de Lisboa, e na realidade está tão longe de todos e tão perto da
Indonésia...
A
guerra civil alastra por todo o território e enquanto se multiplicam as
ameaças de intervenção indonésia, a Fretilin, liderada por Nicolau
Lobato, expulsa de Díli os movimentos rivais da União Democrática
Timorense e Apodeti e proclama unilateralmente a República Democrática
de Timor-Leste, em 28 de Novembro de 1975, tendo como Presidente
Francisco Xavier do Amaral.
Havia
indicações ténues dos serviços militares de que Indonésia interviria
mas não foram levadas a sério no plano português. Especula-se hoje se o
PC da URSS e o PC português de então contariam com o Vietnam para
cumprir o papel de cubanos da Ásia. Em 25 Abril de 1975 os vietnamitas
entravam em Saigão e poderiam fazer novos focos revolucionários na Ásia,
como os cubanos em Angola e na Etiópia. Era a idade de ouro do
expansionismo soviético levado por mão criminosa apátrida para as
províncias Portuguesas do Ultramar.
Sucedeu
então uma santa aliança anti-comunista de EUA, Austrália e Indonésia. O
General Suharto que liquidara 500 mil/600 mil indonésios comunistas
pró-Sukarno, aquando da sua tomada de poder, não iria permitir um
mini-comunismo à sua porta. Atenção, o exército indonésio é um exército
de guerra civil. Nunca defrontou outra nação. Logo após o abandono de
Timor por parte do "governo" de Abril, Suharto mandou invadir o pequeno
território de Timor-leste. Em 7 de Dezembro de 1975 Tropas indonésias
desembarcam em Díli e, nos dias seguintes, atravessam a fronteira e
ocupam todo o território. Ignorando resoluções da ONU e tornou-o depois a
"27ª província indonésia". Até ver. A Austrália foi o primeiro e único
país a reconhecer a anexação. Sabia-se já da existência do Petróleo de
Timor Gap que alguns comparam ao de Cabinda pelas suas ricas
propriedades que o tornam importante para distilar combustível de
aviação. Em 1989, a Austrália e a Indonésia assinam um acordo para
exploração do petróleo no mar de Timor. Henri Kissinger, sempre pródigo
em vacinas sangrentas preventivas nos outros, considerou que cinco
semanas bastariam para resolver o assunto, segundo documentos publicados
em "The Nation".
Seguiu-se
um longo massacre de timorenses. Nos anos seguintes, estima-se que
morrem dezenas de milhares em resultado de uma política de genocídio e
assimilação forçada. A população fugiu para as montanhas, fora das áreas
urbanas. Mas como é difícil assegurar a sobrevivência no mato —
situação repetida agora em 1999 — a população bombardeada, esfomeada,
vítima de doenças foi morrendo. Foram criados campos de concentração
(como em 1999) para os que regressavam, atingindo o número de 200 mil
pessoas como então admitiu Holbrooke, secretário de Estado americano.